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recursos humanos

Novos modelos de trabalho: dar mais é a solução?

by Tomás Pinto Gonçalves, Gestor e Administrador de empresas

Mudança e adaptação parecem ser as palavras de ordem neste regresso cauteloso e ainda incerto à normalidade. Novos paradigmas exigem novas e diferentes atitudes, em particular no que se refere à transição de uma lógica de trabalho presencial para um modelo híbrido, de teletrabalho ou de trabalho remoto. As vantagens são inúmeras, como inúmeros são os desafios pelo que importa preparar as empresas – que são feitas de pessoas – para tirar partido das primeiras e superar os segundos.

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Empregadores levam pessoas a despedir-se: um fenómeno agudizado pela pandemia

Desde o início da pandemia, são cada vez mais as pessoas que se despedem ou mudam de profissão e muitas admitem fazê-lo por causa dos empregadores. Um estudo realizado pela Microsoft a mais de 30.000 trabalhadores de todo o mundo mostrou que 41% dos inquiridos estavam a considerar despedir-se ou mudar de profissão este ano. Na mesma linha, um estudo conduzido pela Personio – empresa de software na área de Recursos Humanos – revelou que, no Reino Unido e na Irlanda, 38% dos inquiridos planeavam cessar funções nos próximos seis meses a um ano. Só nos EUA, em abril, mais de quatro milhões de pessoas deixaram os seus empregos: o maior pico de sempre, segundo o Departamento do Trabalho.

São várias as razões que explicam o fenómeno ao qual alguns economistas chamaram “Great Resignation”. A pandemia é, sem surpresa, uma das causas apontadas. Este período adverso levou algumas pessoas a reconsiderar as suas prioridades, a procurar um “emprego de sonho” ou a dedicar mais tempo à vida familiar. Mas a dimensão de saúde pública não foi a única a ter impacto na decisão: um grupo significativo de profissionais revela ter-se demitido em consequência da forma como foram tratados pelos seus empregadores durante a pandemia.

A resposta esperada

Os profissionais estão a despedir-se com base na forma como as empresas e os líderes os trataram – ou não trataram – durante a pandemia. Escolhem ficar em empresas que verdadeiramente se preocupam, e não ficar nas que revelam desinteresse.

Este sentimento agudizou-se nos casos em que, antes da pandemia, já era notória a falta de identificação com a cultura da organização. A situação extrema provocada por esta crise global tornou-se, assim, o argumento que faltava. Segundo um estudo recente da Stanford University Graduate School of Business, muitas destas empresas com ambientes menos saudáveis, duplicaram as decisões alheias às necessidades dos colaboradores (por exemplo, restruturações baseadas em despedimentos – por oposição a empresas anteriormente distinguidas pela sua cultura positiva, que mantiveram a tendência de cuidado e apoio às suas pessoas). Perante esta revelação, mesmo os colaboradores que não foram afetados pelas restruturações, tornaram-se menos tolerantes a organizações pouco humanizadas e sem intenção de lhes prestar o apoio que consideram necessário.

Embora as pessoas sempre se tenham preocupado com o ambiente em que trabalham, a pandemia revelou uma dimensão totalmente nova: uma maior vontade de agir, como sublinha Alison Omens, chief strategy officer da JUST Capital, a entidade que recolheu grande parte dos dados para o estudo já mencionado.

“Os nossos dados ao longo dos anos sempre demonstraram que o que mais interessa às pessoas é a forma como as empresas tratam os seus colaboradores”, diz Omens. Esse sentimento é medido através de vários indicadores, incluindo salários, benefícios e segurança, progressão na carreira e o compromisso com a equidade.

“Os primeiros dias da pandemia recordaram-nos que as pessoas não são máquinas” – Alison Omens

Na sequência da pandemia, “a expectativa das pessoas face às empresas aumentou”, relembra Omens. “Se está preocupado com os seus filhos, com a sua saúde, com a insegurança financeira e os seus compromissos fixos, e com todas as preocupações inerentes ao ser humano, é menos provável que seja produtivo. E todos nós estávamos preocupados com essas coisas”.

Os profissionais inquiridos esperavam que os seus empregadores tomassem medidas no sentido de minimizar este impacto ou, pelo menos, reconhecer essas preocupações – e as empresas que não o fizeram sofreram as consequências. O estudo conduzido pela Personio sublinha ainda que, mais de metade dos inquiridos que planeavam demitir-se, chegaram a essa decisão por questões relacionadas com a redução de benefícios, desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a proliferação de uma cultura tóxica no local de trabalho.

Segundo Ross Seychell, chief people officer na Personio, “a pandemia deu voz à questão: como é que a empresa a quem tanto me dediquei vai garantir a minha saúde ou felicidade durante este período”? As respostas, segundo a mesma fonte, foram insuficientes ou insatisfatórias para grande parte das pessoas e este sentimento levou-as a afirmar: “Vou para um uma empresa que me valorize”.

Êxodo generalizado – a perspetiva americana

Considerando os dados relativos aos EUA, o movimento massivo de despedimentos é transversal a todo o tipo de funções e especialmente evidente nas áreas de serviços ou retalho – tradicionalmente mal remuneradas. O retalho é, de resto, onde este fenómeno é mais visível: só em abril, segundo dados do Departamento do Trabalho, cerca de 650.000 trabalhadores apresentaram a sua demissão.

Em plena pandemia, os trabalhadores de serviços essenciais – muitas vezes em posições desfavoráveis no que se refere a salários – sentiram-se impotentes face às decisões das empresas. Muitos trabalhavam mais horas, com equipas reduzidas, em funções que exigiam atendimento ao público e com poucas ou nenhumas condições de segurança – o que conduziu a várias situações de burnout.

Passado este período mais conturbado, as empresas enfrentam agora grandes dificuldades de contratação. Multiplicam-se exemplos como a Target e a Best Buy, que aumentaram os salários, ou a McDonald’s e a Amazon, que oferecem bónus de contratação entre 200 e 1000 dólares. Ainda assim, um estudo realizado pela Korn Ferry revelou que 94% das empresas no setor do retalho continuam com dificuldades em contratar e reter colaboradores.

dificuldade em contratar e reter colaboradores

Parte do problema, esclarece Omens, é que estes incentivos são um ponto de partida, mas não são suficientes para garantir uma verdadeira redefinição de prioridades que vá para além da perspetiva económica. As pessoas estão a optar por funções diferentes, com salários eventualmente mais baixos, mas com outro tipo de benefícios, perspetivas de progressão na carreira e uma gestão humanizada. Por outras palavras, as pessoas estão dispostas a sofrer um corte salarial para trabalharem numa empresa alinhada com os seus valores e expectativas pessoais.

Terá esta mudança vindo para ficar?

Terá a cultura laboral mudado de forma definitiva e duradoura perante este fenómeno? Estarão as empresas disponíveis para repensar as suas políticas de gestão de pessoas?

Omens acredita que sim. A mudança já estava em curso, com os colaboradores a exigirem cada vez mais dos CEO’s e das próprias empresas. Com a pandemia, este sentimento ganhou força logo nas primeiras semanas.

Em finais de março de 2020, o empresário Mark Cuban, num especial da CNBC intitulado Mercados em Turbulência, alertou as empresas para o risco de forçarem os seus colaboradores a voltar ao trabalho demasiado cedo. “A forma como as empresas respondem a essa mesma questão vai definir a sua marca durante décadas”, rematou.

Tornou-se imperativo reforçar salários, gerar oportunidades e investir no bem-estar dos colaboradores, numa altura em que fica cada vez mais evidente que pessoas realizadas são um fator determinante para o sucesso dos negócios. Por outro lado, organizações marcadas pela rotatividade enfrentam mais custos e perdas de produtividade – se considerarmos que a integração plena de um novo colaborador pode demorar entre 6 e 9 meses. Em suma, as empresas que não estiverem dispostas a fazer um investimento sério e consistente nas suas pessoas, correm sérios riscos de ser ultrapassadas e de perder a sua capacidade competitiva.

Este artigo foi originalmente publicado na BBC e adaptado para português pelo Reputation Circle.

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O Futuro do trabalho começa agora: estamos prontos?

Será que estamos preparados para encarar os desafios impostos pelos novos modelos de trabalho? A Abreu Advogados promove, no próximo dia 16 de setembro, às 09h00, um debate que pretende dar resposta a esta questão. A sessão decorre em formato digital.

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Gerir a comunicação interna como uma alavanca estratégica

Sendo os colaboradores essenciais para o sucesso de uma organização, importa às empresas saber interagir com o seu ativo mais importante.
E porque de entre todas as metodologias de aprendizagem, o exemplo é aquela que melhores resultados produz, a Lift Consulting reuniu um conjunto de iniciativas capazes de inspirar e de fazer a diferença.

Leia o documento na íntegra aqui.

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Congresso RH – Gestão de Capital Humano

Em 2020, o Congresso RH viaja pela primeira vez até Lisboa! Esta edição está agendada para o dia 5 de março e será realizada no Auditório Mar da Palha do Oceanário de Lisboa.

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Google: o gigante tecnológico vítima de si próprio

A Google, que desde o início liderou as tropas na tendência de criar uma cultura de trabalho mais inovadora e divertida, parece ter abandonado a marcha.

O gigante tecnológico é reconhecido, desde os seus primórdios, pela sua cultura idiossincrática liberal e pouco convencional. E foi precisamente à luz destas características que a Google se tornou tão atrativa para o talento. No entanto, nos últimos meses, face ao crescimento exponencial, a organização tem protagonizado várias polémicas que põem em causa a sua capacidade de reter colaboradores. A ausência de regras está, gradualmente, a dar lugar à rigidez do controlo.

O crescimento da Google desde 2001 até 2019. No terceiro trimestre de 2019, a empresa tinha 5 vezes mais colaboradores do que no início da década.

Sendo cada vez mais óbvia a mudança estratégica da empresa, com contornos hierárquicos e burocráticos cada vez mais definidos, surge a dúvida: será que a Google como a conhecemos vai sobreviver? Continuará a ser um employer of choice, um íman para atrair e reter o talento mais criativo e inovador? E quais são as consequências de uma mudança de posicionamento e modelo organizacional?

Clarificar o óbvio

O clima organizacional de uma empresa assume-se como o conjunto de características que a torna única perante outra, exprimindo-se através de máximas e hábitos comuns aos seus colaboradores. Com efeito, é a cultura de uma organização que alimenta os valores e o propósito diário de cada um dos seus membros.

Ainda que o posicionamento corporativo esteja em constante formação e aperfeiçoamento, essas mensagens devem ser transmitidas e reforçadas ininterruptamente, tanto para dentro, como para fora.

Para Sónia Nunes, responsável pela People Team da Mercer Portugal, é precisamente na comunicação que reside o maior desafio para as empresas. Na opinião da gestora de recursos humanos, o risco surge quando existe inconsistência entre a mensagem e a vivência dentro da própria organização. Esta lacuna causa, na maioria dos casos, descredibilidade, desconfiança e desconexão.

“Quando uma organização procura comunicar a sua proposta de valor para fora, tem de ser cautelosa com as ‘bandeiras’ que usa, porque é importante que estas ressoem, acima de tudo, internamente”, reitera.  

Ainda que haja uma componente aspiracional nesta comunicação, a ambição deve ser doseada para que nenhuma expectativa seja defraudada. E quando existe uma reorientação do posicionamento da empresa, há que esclarecer internamente o propósito da mudança.

No caso da Google, por exemplo, onde existia uma postura reconhecida pela flexibilidade, transitar para um regime espartano pode dar origem a um motim.

“À partida, a Google atrai espíritos livres e, de repente, com esta mudança, estão asfixiados. Quando uma organização quer fazer uma mudança tem de perceber primeiro se as pessoas estão preparadas para ela. É frequente a liderança fazer mudanças sem envolver as pessoas nesse processo, sem esclarecer o propósito, por achar que é óbvio. Não entender nem estar pronto para acompanhar a mudança de uma empresa, pode romper relações e, no limite, tal como aconteceu na Google, provocar a saída de colaboradores.”

Por outras palavras, Sónia Nunes aconselha: “a primeira regra é clarificar o óbvio, sempre”.

Cabe às organizações comunicar a sua proposta de valor de forma clara e genuína. Este é, efetivamente, um caminho a percorrer pela liderança e pelos colaboradores, em uníssono.

Encontrar o equilíbrio

O ambiente de evolução e transformação que se vive em qualquer organização pode, muitas vezes, desencadear posições extremistas que, no limite, podem comprometer o negócio.

Assim, depois de clarificado o óbvio, o segredo é encontrar o ponto de equilíbrio entre a total liberdade e o controlo absoluto, revela Sónia Nunes.

Não há estruturas organizacionais perfeitas, pelo que haverá sempre um preço a pagar pelas limitações de cada uma. A liberdade de ação – e o empoderamento a ela associado – costumava ser condição sine qua non de um colaborador Google. Mas tal como esse modelo tem um custo, passar para o lado oposto do espetro também tem as suas limitações. Alterar os hábitos e a rotina de um colosso tecnológico como a Google afeta os colaboradores como se de uma mudança de ADN se tratasse. “As pessoas sentem-se castradas”, diz Sónia Nunes. Menos liberdade de expressão resulta, inevitavelmente, numa alteração ao epicentro da criatividade.

“No limite, pode deixar de ser a Google que conhecemos, de ser tão inovadora e tão disruptiva.”

O desafio de equilibrar uma estrutura rígida com a liberdade e a fluidez que a criatividade requer é um dilema que dificilmente será ultrapassado por uma equipa de gestão pouco observadora. “Se a chefia tiver uma personalidade autocrática, provavelmente não será capaz de reconhecer que extremar posições vai acabar por quebrar a organização. Contudo, se houver abertura de mente, é possível que os danos sejam contidos.”

Sobreviver à guerra de talento

Com um clima organizacional em crise, a Google tem em mãos uma tarefa titânica. Em circunstâncias transitórias, como é o caso, Sónia Nunes frisa a importância de adotar uma máxima apelativa: “Quando as nossas bandeiras mudam, temos de as substituir rapidamente por outras que também possam ter poder convocatório.”

Ainda que o desafio da atração e da retenção de talento seja, atualmente, um fenómeno generalizado, na indústria tecnológica a situação agrava-se. Para sobreviver a esta guerra, as empresas, cada vez mais expostas, têm de se preocupar com a sua identidade, posicionamento e reputação. Os potenciais colaboradores querem saber o que uma organização lhes pode oferecer tanto a eles, como indivíduos, como também ao mundo e à comunidade onde se insere. É, portanto, de suma importância que as empresas compreendam a necessidade de uma comunicação reforçada sobre aquilo que são, fazem e podem oferecer.

“A resposta passa pela experiência que conseguimos proporcionar cá dentro e como a comunicamos lá fora. Atendendo ao que o talento quer hoje, vai ser difícil atrair pessoas com uma abordagem convencional. A Google, tal como qualquer empresa, tem de adaptar o seu discurso à bandeira que quer adotar.”

Na prática, o que fazer? Gerir a guerra em diferentes frentes pode rapidamente tornar-se uma tarefa esmagadora. Para Sónia Nunes, há três princípios basilares que qualquer empresa pode seguir.

  • Definir objetivos claros

Antes de tudo, a organização deve definir metas e expetativas razoáveis. Ao definir uma taxa de rotatividade razoável, a organização parte do princípio de que as pessoas querem ter várias experiências ao longo do seu percurso. Considerar essa tendência já é, por si só, um ponto de partida no ajuste de expetativas. Uma empresa não pode esperar reter pessoas muito mais tempo do que “isto”. E o “isto” depende do setor e do tipo de talento que se tenta atrair.
Definir, consoante as variáveis, o que é razoável e lutar por isso – não procurar o inatingível.

  • Conhecer o target

Depois de definidas as metas, há que conhecer muito bem o target. Torna-se imperativo responder à pergunta: qual é o talento que procura e onde o pode encontrar?
Identificar os targets estratégicos. Está claro o tipo de personagem que se quer? Quais são as escolas de onde sai e as empresas onde está?

  • Fit com a cultura

Por fim, para além de se preocupar com as competências técnicas, uma organização deve procurar no seu talento o fit com a cultura. A inteligência emocional de um candidato e o seu alinhamento com o propósito da empresa é, em regra, um fator decisivo. Tal como versa o conhecido mantra corporativo, “as empresas contratam as pessoas pelas suas competências técnicas e demitem-nas pelas comportamentais”.

A receita parece fácil, mas até os maiores e melhores falham. À tríade do talento certo, convém não esquecer uma forte, transparente e envolvente comunicação interna. Porque, como bem lembra Peter Drucker, “60% de todos os problemas de gestão são o resultado de uma má comunicação.”

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