Tendências de Reputação e Gestão de Intangíveis
15 LIÇÕES SOBRE REPUTAÇÃO
Esta é uma síntese das 15 principais lições aprendidas com o Approaching The Future 2020, um relatório anual sobre tendências na reputação e gestão de intangíveis que o Corporate Excellence – Centre for Reputation Leadership produz em conjunto com a CANVAS Estrategias Sostenibles. Pode consultar aqui o relatório completo.
# 1 A incerteza e a desconfiança geral em relação às instituições caracterizam o “novo normal”
A crescente quebra de confiança reflete a falta de coesão social e a necessidade de uma mudança de paradigma no contrato social – valores, direitos e deveres compartilhados por uma sociedade. O futuro das organizações passa pela superação do business as usual e da consolidação de uma nova era de empresas responsáveis e comprometidas.
# 2 Testemunhámos uma evolução no sentido de uma cidadania mais responsável e ativista
Essa transformação está a traduzir-se em novos hábitos de vida e consumo. Os cidadãos não só apoiam empresas responsáveis e sustentáveis, como identificam e rejeitam publicamente comportamentos corporativos que não estão alinhados com suas expectativas, valores e crenças pessoais.
# 3 O “propósito” serve de guia para todos os membros da organização, especialmente em situações de crise
A crise da COVID-19 põe em causa a resiliência do sector empresarial. Só as organizações que atuam de acordo com o seu propósito e valores corporativos, sendo transparentes e inclusivas, sairão mais fortes da crise.
# 4 A tendência mais trabalhada pelas empresas é a de Marcas comprometidas, marcas que se diferenciam
Esta é uma tendência prioritária, tanto para as empresas como para os cidadãos. As marcas que reforçam o seu propósito e compromisso como elemento diferenciador que não pode ser copiado por outros destacam-se das restantes e são recompensadas pelos seus stakeholders.
# 5 A tendência para a adoção de novos modelos de trabalho está a acelerar
O surto do coronavírus está a forçar as empresas a adaptarem-se e a acelerarem a sua transformação digital. Os avanços tecnológicos e a digitalização estão ligados às expectativas dos trabalhadores sobre a configuração do futuro do trabalho.
# 6 Os gestores acreditam que a tecnologia mudou significativamente a forma como a reputação é gerida
Mais de 74% dos gestores consideram que as novas expectativas e exigências dos stakeholders são o fator mais importante na gestão da reputação, seguido das novas tecnologias e redes sociais (65%) e do crescente impacto nos riscos reputacionais (55%).
#7 Medir intangíveis é um dos principais desafios para as organizações
37% por cento das organizações inquiridas afirmam estar a trabalhar na medição de intangíveis e mais de metade indicam que houve progressos na medição da reputação em relação à comunicação (34%) ou à marca (11%). A integração de indicadores não financeiros no scorecard das organizações surge como um dos principais desafios enfrentados pelos gestores.
# 8 O CEO, mais ativista do que nunca
Em 2017 já tínhamos começado a ver esta tendência e, em 2020, assistimos ao crescimento de uma liderança com propósito, caracterizada pelo seu elevado compromisso com a comunidade em que atua e por uma visão de contribuição e impacto positivo a longo prazo.
# 9 As organizações progridem nas questões da inclusão e da diversidade como elementos de diferenciação
Uma maior presença de temas relacionados com a inclusão e a diversidade na ‘agenda’ da opinião pública é a principal razão que leva os gestores a desenvolver estes aspetos. Sendo outro fator influente o envolvimento e o empenho da gestão de topo (18%).
# 10 A gestão da privacidade de dados é a tendência prioritária nos ecossistemas digitais
22% dos gestores afirmam que estão a trabalhar nesse sentido e, entre estes, quase 90% consideram que os esforços para a cibersegurança e proteção de dados estão a aumentar, em comparação com o ano anterior.
#11 Passámos a falar de emergência climática e não apenas de aquecimento global.
Este é um dos temas que mais preocupa tanto os gestores (8,6/10) como a sociedade nos ecossistemas online (9,8/10). No entanto, apenas 1 em cada 4 gestores afirma estar a trabalhar em questões relacionadas com as alterações climáticas.
# 12 A Agenda de 2030 consolida-se como o roteiro para promover a sustentabilidade
Em 2020, as organizações que se comprometeram com a Agenda 2030 cresceram 12%. 41% dos especialistas inquiridos dizem estar a trabalhar em questões relacionadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
# 13 A existência de múltiplos enquadramentos para a prestação de informações não financeiras dificulta a existência de uma metodologia normalizada e comparável
24% dos profissionais inquiridos estão a trabalhar em relatórios não financeiros e, entre estes, mais de metade publica a sua informação não financeira em relatórios anuais.
# 14 O interesse em investimentos sustentáveis e responsáveis cresce
Mais de metade dos gestores afirma que a procura ou interesse dos investidores pelo ESG aumentou; e um terço também acredita que a organização para a qual trabalham vê este interesse como uma clara oportunidade. Vemos como o interesse crescente dos investidores se transformou em ação nos últimos anos, com a evolução do quadro regulamentar do investimento em ESG e o desenvolvimento de novos fundos e iniciativas para investimentos sustentáveis com as pessoas e o planeta.
# 15 A crise global gerada pela COVID-19 pôs à prova as cadeias de abastecimento
Especialmente as que não dispunham de um mapeamento prévio das suas estruturas. A melhoria contínua destas dependerá da capacidade das organizações de promover uma cultura empresarial ética e responsável, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias que facilitem a transparência e o controlo.
Estas ideias fazem parte do estudo Approaching the Future 2020. Tendências em Reputação e Gestão de Intangíveis, elaborado pelo Corporate Excellence – Centre for Reputation Leadership em conjunto com a Canvas Estrategias Sostenibles, que reflete o presente e o futuro da gestão de intangíveis, especialmente as tendências emergentes em matéria de reputação, marca, sustentabilidade, ética e transparência.
O relatório baseia-se na análise de fontes secundárias, estudos de prospetiva social, auscultação a gestores e profissionais, dinâmica qualitativa com peritos e inteligência artificial que permite a análise das conversas no ecossistema digital.
Esta síntese é da autoria do Corporate Excellence – Centre for Reputation Leadership e foi traduzido pelo Rep.Circle – The Reputation Platform.