Em abril deste ano, no evento de lançamento do Rep.Circle – The Reputation Platform, Raúl Galamba de Oliveira, presidente do conselho consultivo deste centro de conhecimento, dizia: “Eu não conheço nenhum CEO que à pergunta ‘O tema da reputação é importante?’ A resposta não seja: absolutamente sim. Mas quando a pergunta é ‘Como é que se gere a reputação?’ ou ‘Quem é responsável pela gestão da reputação?’ As respostas são muito menos claras.”
Esta declaração é um atestado do estado da arte da gestão de reputação em Portugal. E é exatamente por isso que a Lift Consulting decidiu lançar esta plataforma.
Ao contrário do que se passa em Espanha, em que o conceito de “reputation management” se embebeu na gestão das principais empresas nos últimos 20 anos, em Portugal ainda é um “nice to have”. Não existe por parte do tecido empresarial um conhecimento claro das vantagens de gerir a perceção dos stakeholders e os seus comportamentos de suporte. Em Portugal, infelizmente, a reputação corporativa é ainda associada a prémios, rankings e galardões.
Mas NÃO. Reputação corporativa não são rankings. Não são prémios que se recebam para pendurar na parede, apesar de muitas das empresas portuguesas ainda pensam dessa forma.
A Reputação Corporativa é uma ferramenta estratégica ímpar para gerir comportamentos de suporte dos principais stakeholders e, em última análise, para alcançar os objetivos de negócio. É “A” ferramenta para ser estratégico no marketing e na comunicação. Saber o que os múltiplos stakeholders pensam das empresas (medir) é a melhor forma para informar e clarificar se as perceções não correspondem à realidade. Ou, por outro lado, corrigir práticas se as perceções forem negativas, mas corresponderem à realidade.
É também a melhor ferramenta para atrair o melhor talento, numa altura em que o principal desafio em Portugal não é por quota de mercado, mas sim pelas melhores pessoas. É ainda o instrumento ideal para fidelizar os melhores clientes, numa altura em que a incerteza, a complexidade, a ambiguidade e a volatilidade (VUCA) comandam os nossos comportamentos.
Gerir uma empresa orientada para a reputação é a única forma de gerir sustentavelmente. Ter os melhores produtos ou os melhores serviços. É gerir orientado para a inovação. É gerir promovendo o melhor ambiente de trabalho. É ser socialmente responsável. Ter um modelo de governo da empresa claro e justo. É ser um líder de exceção, mas sem esquecer que as empresas também necessitam de ser rentáveis. São sete dimensões racionais e críticas para estimular laços emocionais: gostar, admirar, confiar e estimar. E são estas emoções que geram, que induzem e que garantem os comportamentos de apoio que todas as empresas almejam e precisam: intenções de compra, recomendação, trabalhar para, investir ou simplesmente dar o benefício da dúvida. Porque a reputação não é apenas um multiplicador económico. Ela é – também – uma apólice de seguro.
Salvador da Cunha