Country RepTrak 2019
No que diz respeito à reputação de países, o tamanho não é sinónimo de melhor. Com uma população combinada inferior a 27 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto de cerca de 1,8 mil biliões de dólares (semelhante ao da Rússia), os países escandinavos – Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca – conquistaram o Top 10 de um novo estudo dedicado à reputação de nações, revelado pelo Reputation Institute.
Os outros países que formam o Top 10 – Suíça, Nova Zelândia, Canada, Austrália, Holanda e Irlanda – demonstram que atributos como beleza natural, traços políticos, conforto, bem-estar e ética são os que mais contribuem para a reputação das nações.
Os países com melhor reputação, liderados pela Suécia pela segunda vez consecutiva, foram reconhecidos pela ética, elevada transparência e baixos indicadores de corrupção. Em contraste, as superpotências mundiais, que incluem os EUA, China e Rússia, revelaram uma reputação considerada “fraca”. Por exemplo, as impressões sobre transparência e os níveis de corrupção nos EUA atingiram mínimos históricos. No entanto, a noção de que os EUA é um bom país para se fazerem negócios deu um salto para o nível de “forte”.
O estudo Country RepTrak 2019 realizou-se entre os meses de Março e Abril pelo Reputation Institute, uma consultora global dedicada à avaliação e gestão da reputação através de soluções tecnológicas. O estudo baseou-se em inquéritos individuais de 58.000 indivíduos, de oito países que formavam o antigo G8 – Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e EUA. Cada país foi avaliado em três dimensões – Ambiente Apelativo, Governo Efetivo e Economia Avançada.
À liderança do ranking, a Suécia junta a liderança em Comportamento Ético, seguido de perto pelos outros países escandinavos. No estudo, a Suécia granjeou avaliações “excelentes” – a mais alta avaliação possível – nas categorias de país amigável, seguro, bonito, estilo de vida apelativo, agradável, ético, transparente e baixos níveis de corrupção.
“Capacidade de acolhimento, segurança, beleza e ética continuam a ser os indicadores mais valorizados na reputação dos países. Estes indicadores por si só representam mais de metade da reputação de um país”, afirma Nicolas Georges Trad, COO do Reputation Institute e responsável global pelas operações da consultora. “Tal como as empresas e os CEO com melhor reputação no mundo, os países com reputações mais fortes são proativos no que diz respeito à gestão da opinião pública.”
“A excelente reputação da Suécia é um ativo tremendo”, afirma Madeleine Sjöstedt, Diretora-Geral do Instituto Sueco, uma agência governamental que promove o país no exterior. “Quanto mais positivas forem as associações que se fazem da Suécia, melhores são as relações comerciais, a cooperação internacional, o investimento, a atração de estudantes internacionais e o turismo.”
Os 10 países com melhor reputação no mundo, de acordo com o Country RepTrak de 2019 são:
- Suécia
- Suíça
- Noruega
- Finlândia
- Nova Zelândia
- Canadá
- Dinamarca
- Austrália
- Holanda
- Irlanda
Destaques do Country RepTrak de 2019:
- Cinco países alcançaram a “excelência” da reputação entre países – Suécia, Suíça, Noruega, Finlândia e Nova Zelândia.
- Seis dos países no Top 10 são europeus.
- Oito dos 10 países melhor reputados integram também o Top 10 do Ranking Mundial da Felicidade de 2019 (2019 World Happiness Index).
- Itália é o único país com uma relação emocional significativamente mais forte nos públicos externos do que nos locais.
- Reino Unido, Arábia Saudita, França, Israel e Venezuela registaram perdas drásticas de reputação, enquanto Vietname, Argélia, Singapura, Suíça e Polónia tiveram as maiores subidas na comparação com o ano transato.
- Desde o referendo do Brexit em 2016, a reputação do Reino Unido polarizou-se. A reputação externa junto dos países do G8 caiu significativamente, do nível “forte” para a “moderado” em 2019, enquanto a reputação interna continua a estar no nível “forte”.
- O Canadá supera a maioria dos países no interesse em trabalhar, viver ou estudar no país. O sistema de emigração económico foi considerado um “formato modelo” entre os países da OCDE.
“Apesar da reputação global dos países ter estabilizado em 2019, metade dos países receberam avaliações “fracas” ou “pobres”, diz Trad. “Percebemos no estudo deste ano que a reputação de um país tem menos a ver com PIB, tamanho e população e muito mais com a habilidade dos países em desenvolverem um ambiente atraente, de comunicarem comportamentos éticos e de criarem um sentimento de conforto e de bem-estar.”